quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Esta é minha primeira participação como colaborador e colunista do novo website da revista Dinheiro. Gostaria de marcar a ocasião compartilhando um pouco das minhas experiências como profissional.
Embora eu não tenha formação específica no campo da comunicação, respiro publicidade e propaganda desde a infância. Testemunhei desde muito cedo o poder e o alcance da publicidade e os benefícios de estabelecer um diálogo bem-sucedido entre anunciante e sua audiência.
À frente do marketing das Casas Bahia, tive a oportunidade de administrar a maior verba publicitária do Brasil. E foi assim, entre muitos erros e alguns acertos, aplicando conceitos consagrados da propaganda enquanto experimentava diversas novas estratégias, tanto offline quanto digitais, é que pude compreender plenamente a complexidade e os caprichos da comunicação.
Mas afinal, o que aprendi sobre publicidade? A publicidade vai muito além de uma das disciplinas da comunicação social, que incluem o jornalismo e as relações públicas. Publicidade e propaganda se tornaram motores de uma economia baseada no consumo. A propaganda, como dizem, é "a alma do negócio".
Com pouco mais de um século de existência, o universo da publicidade e propaganda conseguiu criar em torno de si uma invejável aura de glamour e sedução. Não é sem motivos que cursos de publicidade estão entre os mais disputados nos vestibulares brasileiros.
E o que dizer do sucesso de séries de TV como Mad Men na TV a cabo? E se você acha que esse é um fenômeno recente, então me diga com o que trabalhava Darrin Stephens, marido da feiticeira, no seriado com mesmo nome, muito popular mesmo antes de eu nascer?
Publicidade e propaganda estão distantes de serem ciências exatas. De fato, essas são artes que variam com o tempo, espaço, audiência e objetivos. É um ofício tão complexo, que a formação de um bom profissional pode levar muitos anos.
Acrescente a essa equação o ambiente digital, que não só veio para transformar tudo o que conhecíamos, mas é em si um meio em constante mutação. Como cliente e anunciante pude experimentar, exaustivamente, diferentes estratégias, linguagens e meios, dos mais tradicionais aos mais contemporâneos.
Mais do que nunca, focar na audiência e nos objetivos se torna fundamental para uma publicidade efetiva. E esse será o foco da minha abordagem e sobre o qual quero escrever nesse espaço. Espero que você me acompanhe nessa jornada.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

QUER SER MAIS PRODUTIVO? 10 DICAS PARA ACABAR COM A PROCRASTINAÇÃO

Já teve a sensação de que fez muitas coisas, mas não fez nada? Pode até ser que você dê início a algumas tarefas, mas terminá-las já é outra história... Por que não deixar para realizar amanhã os afazeres planejados para hoje? Surgiram alguns compromissos e você vai ter que deixar aquela tarefa de lado...
Identificou-se com algum desses pensamentos? Bom, eles são típicos de pessoas procrastinadoras. Você pode ser uma delas por diversas razões: medo da incerteza, falta de motivação, distrações constantes. Para te ajudar, Época NEGÓCIOS conversou com o ator, escritor e palestrante Fernando Oliveira e o especialista em gerenciamento de tempo e produtividade Christian Barbosa. Confira algumas recomendações:
1 - Determine suas prioridades
Em vez de pensar na quantidade, preste mais atenção na qualidade de seus afazeres. Ou seja:reveja o que tem que ser feito e determine o que é mais importante no momento, avaliando relevância e prazos. Uma boa estratégia é escolher quatro tarefas para serem iniciadas e finalizadas durante o dia. Se esse número for bom o bastante, continue, senão, o aumente ou o diminua de acordo com suas necessidades.
2 - Faça sua lista de afazeres pensando três dias a frente
Se você é o tipo de pessoa que recebe novas tarefas durante o dia, planeje sua agenda deixando algumas horas para esses possíveis afazeres não planejados. Além disso, faça seus horários pensando sempre três dias a frente. Dessa forma, você consegue dar conta de suas tarefas sem bagunçar a agenda.
3 - Divida uma grande meta em pequenas tarefas
Você já teve uma ideia genial e acabou ficando desanimado quando percebeu como seria trabalhoso colocá-la em prática? É mais ou menos o que acontece com resoluções de ano novo: são projetos tão grandes que parecem inatingíveis. Em vez de ficar se frustrando, fique mais produtivo: transforme uma meta grande em pequenas tarefas. Fazendo um pouco todos os dias, o trabalho se torna menos doloroso e você se incentiva automaticamente ao ver seu trabalho tomando forma.
4 - Faça pausas moderadas
Crie algumas pausas estratégicas para renovar as energias. A cada 90 minutos, ou ao terminar uma tarefa, levante da sua cadeira e dê uma volta, vá ao banheiro, pegue um café. Mas não exagere: um intervalo de 5 a 10 minutos é mais que o suficiente para dar uma refrescada na cabeça. Mais do que isso pode se tornar um tempo desperdiçado, além de dificultar a sua volta para o foco em outros afazeres.
5 - Evite interrupções
Cada vez que você é interrompido, seu corpo demora um tempo para retomar o foco no trabalho. Logo, faça a sua parte para se manter atento: se possível, feche o navegador da internet, a caixa de e-mails e deixe o celular no silencioso.
Crie horários para checar e-mails, notícias e suas redes sociais. Porém, mesmo durante esse período determinado, priorize as mensagens que dizem respeito ao trabalho.
6 - Pense em consequências positivas
O medo é uma projeção da mente sobre aquilo que você vai fazer não dando certo. Logo, deixamos de colocar em prática várias ideias com potencial antecipando o fracasso. Para evitar que isso aconteça, se esforce para visualizar resultados positivos de sua ação, sejam eles os benefícios para a sua carreira, como uma promoção ou o bem que seu trabalho fará a empresa, ou para sua vida pessoal, como seu salário e as contas pagas, por exemplo.
7 - Cuide da sua saúde
Para estar com disposição, é primordial ter uma boa qualidade de vida. Tenha reservado um tempo diário para si mesmo, para sua família e para o repouso. Uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos são outros pré-requisitos.
Além disso, esteja atento aos seus limites: trabalhar mais nem sempre significa maior produtividade.
8 - Cultive hobbies
Tenha paixões fora do ambiente de trabalho. Seja um esporte, uma atividade, um local... Descubra coisas que te inspiram e te relaxam. Aliadas, elas aumentam o seu nível de energia.
9 - Saia da sua zona de conforto
Não fazer sempre será o caminho mais fácil. Mas tenha em mente que nada acontecerá se você não se esforçar. Você precisa querer e ter motivos fortes para isso. Não viva no modo piloto.
10 - Acredite em si mesmo
Não veja o seu trabalho como uma mera função: lembre-se de que o papel que você desempenha – não importa qual seja –, faz diferença dentro do ambiente no qual você está e para as pessoas que nele trabalham.
Pense no que você faz, as razões de o estar fazendo e o que quer disso tudo. Avalie suas possibilidades de crescimento e desenvolvimento. Tendo um lembrete diário desses fatores, você aumenta suas chances de aproveitar ao máximo seu potencial.

UM NOVO MERCADO

TORNEIRA ABERTA
O governo libera recursos recordes para água e saneamento, os municípios são obrigados a apresentar seus planos para a área e escolher concessionárias. Tudo faz girar a roda dos negócios 
Um dia, água e saneamento básico vão chegar a todos os brasileiros. Pode ser em 20 anos, como espera o governo e, se for, muito dinheiro terá de rolar sob a ponte. Um estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), apresentado em março, fala em R$ 330 bilhões. Não se sabe quanto disso, e de que forma, vai sair. Mas desde já grandes empreiteiras e seus fornecedores, bem como os principais fundos de investimentos setoriais, se movimentam para ocupar espaços no mercado. 

“As ações do setor são defensivas, sobem quando o Índice Bovespa cai”, diz Karina Freitas, da corretora Concórdia 

Há muita carência acumulada – diziam os velhos políticos que aquilo que está debaixo da terra não aparece aos olhos do eleitorado. Mas agora, carência significa oportunidades, segundo Roberto Muniz, presidente da associação das empresas privadas do setor.
As companhias têm como vantagem, em relação às de outros setores, a baixa inadimplência e o recebimento quase certo das faturas todo mês 
A situação da água preocupa menos, apesar da perda, dos reservatórios às torneiras – 35,9%, na média das cem maiores cidades do Brasil, de acordo com levantamento do Instituto Trata Brasil. Dos 5.564 municípios brasileiros, 5.531, ou 99,4%, têm rede de água, segundo o IBGE. Mas apenas 3.069 (55,1%), esgoto. As coisas pioram muito quando se olha cada região isoladamente (veja mapa). Se o Sudeste sai do conjunto, o total cai para 38,1%.
Agora, as oportunidades. Elas afloram, e as sementes foram plantadas em 2007, com a Lei do Saneamento. Ela definiu que cabe aos municípios escolher livremente quem vai prestar o serviço. Até então, tudo ficava no ar, a escolha era dos estados. Prevaleciam empresas estatais.
Com a lei, entraram mais firmemente no negócio novos atores – grandes empreiteiras de obras públicas, entre elas a Odebrecht, com a subsidiária Foz, a Andrade Gutierrez, com a AG, e a Galvão, com a CAB Ambiental (leia na reportagem a seguir). Esses grupos diversificaram atividades diante das instabilidades nas grandes obras públicas – atrasos nos cronogramas e nos pagamentos por questões como licenciamento ambiental.
Em água e saneamento há faturamento garantido, uma segurança bem dosada com a rentabilidade. Muito poucos consumidores atrasam. E quem paga, paga todo mês. Um exemplo, os números da estatal mineira Copasa. A rentabilidade do patrimônio foi de 9,6% em 2012. Inadimplência total, acumulada desde 1998: 1,32%. Por isso também, ações de companhias como Copasa, Sabesp e Sanepar dispararam (leia a reportagem da pág. 97). “São defensivas: sobem quando o Ibovespa cai”, diz Karina Freitas, analista da corretora Concórdia.
nascentes e vertentes (Foto: Infográfico: Flávia Marinho)
nascentes e vertentes (Foto: Infográfico: Flávia Marinho)
E suas perspectivas são boas. Principais clientes, os municípios terão de apresentar planos de saneamento até 2014 sob pena de ficarem sem recursos federais para a área e de levar multas. O prazo, vencido em 2010, foi prorrogado em 2012 – as cidades retardatárias estavam paradas, sem dinheiro oficial. E não eram poucas, nem pequenas.

Para cada real investido em saneamento, há uma economia de R$ 4 em saúde, segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde

Outro motivo para as apostas é o objetivo declarado do governo de buscar a universalização dos serviços e começar a destinar mais verbas para isso. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na sua fase 2, terá R$ 16,8 bilhões para água e saneamento no período 2013-2016, um valor recorde. A maior parte, R$ 9,8 bilhões, para saneamento. É um volume, sabe-se, insuficiente para cumprir os objetivos da universalização. “Os grandes bancos e fundos privados terão de entrar”, afirma Mário Galvão, presidente da CAB Ambiental, do grupo Galvão. 
45% dos municípios brasileiros não têm rede de esgoto. Em 99,4% existe água encanada, mas com um alto índice de perdas. Para as empresas, a carência oferece oportunidades de negócio 
Não só concessionárias se movem diante das perspectivas. Os fornecedores também. A Mexichem Brasil, dona da marca Amanco, fabricante de tubos e conexões, vai investir este ano R$ 131 milhões, 15% mais que em 2012. “O mercado de tubos para água e saneamento cresceu 25% em 2012”, diz Maurício Harger, presidente da empresa.
E chegam outras companhias do exterior, como a Aqualogy, de tecnologia, controlada pela Agbar, maior concessionária de água e esgoto da Espanha. “Grandes construtoras e o setor financeiro do Brasil podem resolver os problemas”, afirma Jonás de Miguel, diretor-geral do grupo espanhol. “Mas precisam de know-how do exterior.”
Água e saneamento é problema humanitário e financeiro – para cada real investido em saneamento, há uma economia de R$ 4 em saúde, segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde. Os antigos já sabiam disso, como mostra o quadro abaixo. Com muito atraso, o Brasil desperta. 
Mapa da desigualdade (Foto: Ilustração: Helder Santos)



rivais e parceiros (Foto: Ilustração: Helder Santos)
RIVAIS E PARCEIROS
Companhias privadas são ágeis e ousadas, competem com as grandes estatais, mas também se aliam a elas, caso da Foz com a Sabesp num projeto gigante de reúso de água 
Um mercado por enquanto de R$ 30 bilhões – esse é o total faturado em 2012 pelas concessionárias com tarifas de serviços de água e saneamento, pelos cálculos de Carlos Rosito, vice-presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento. É um mercado concentrado nas grandes estatais (veja tabela). As oito maiores companhias controladas por governos estaduais faturaram R$ 22,8 bilhões em 2011, segundo o ranking do anuário Época NEGÓCIOS 360º. Empresas privadas, porém, conquistam espaços, e não necessariamente atacando as estatais; muitas vezes, aliando-se a elas. Foz, AG e Águas do Brasil – controladas respectivamente pelas construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão –, com um crescente apetite, mostram a que vieram.

O Aquapolo, maior projeto de reúso da América Latina, produz mil litros por segundo e tem como maior cliente a Braskem 

Um exemplo já clássico dessa disposição está no consórcio formado por duas empresas privadas, a Foz e a Águas do Brasil. Ele ganhou no ano passado a licitação para a concessão do serviço de saneamento na Zona Oeste do Rio de Janeiro. São 21 bairros, 1,8 milhão de habitantes. Um contrato de R$ 3 bilhões, 30 anos, e previsão de investimento de R$ 1,7 bilhão. No pacote, a construção de 19 estações de tratamento de esgoto e 221 elevatórias – aquelas que controlam a vazão. A grande novidade, o tempo em que tudo isso vai fazer efeito. A meta, segundo Ticiana Marianetti, diretora financeira da Foz, é elevar o índice de coleta de 50% para 90% e o de tratamento de 4% para 100%. Sabe até quando? Até 2016, ano da Olimpíada.
A AG participa do capital de uma estatal, a Sanepar, do Paraná, e controla a Water Port, que presta serviços de saneamento no porto de Santos
Em parceria com a gigantesca estatal Sabesp (primeira no ranking das maiores do setor), a Foz opera o Aquapolo, maior projeto de água de reúso da América Latina, que abastece o polo petroquímico de Capuava (SP). Produz mil litros por segundo. A maior consumidora é a Braskem, do próprio grupo Odebrecht. Hoje, a Foz atende 167 municípios, em nove estados, onde vivem 12,2 milhões de usuários. “A meta é atender 25 milhões de habitantes no Brasil até o final de 2015”, diz Ticiana. Com essa ideia, a Foz entra em grandes negócios, como a participação no bloco de controle da Saneatins, companhia do Tocantins, para agregar ao seu portfólio mais 1 milhão de clientes.
A CAB Ambiental, do grupo Galvão, trabalha especialmente mediante parcerias com municípios e companhias estaduais. Sua mais nova concessão é a de Atibaia (SP). Tem 18 operações nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina e atende 6,5 milhões de pessoas, em contratos a cumprir que somam R$ 28 bilhões. São parcerias público-privadas com companhias estatais – a paulista Sabesp e a alagoana Casal – para a produção de água e com municípios, como aquele de Atibaia e outro de Guaratinguetá, também em São Paulo, para serviço de esgotos. Outros 13 são de concessão plena (água e esgoto) e um só de água.

R$30 bilhões foi o faturamento total das concessionárias com tarifas de serviços em 2012, segundo Carlos Rosito, da associação dos fabricantes de materiais. Ao lado, o desempenho das maiores em 2011 

Já a AG participa do capital votante da estatal paranaense Sanepar e controla a Water Port, empresa de saneamento do porto de Santos. A Sanepar é a terceira companhia do ranking de água e saneamento do Época NEGÓCIOS 360º e está presente em 345 dos 399 municípios do Paraná. A outra empresa, a Water Port, instalou redes de esgoto em dois terços da área portuária para diminuir a poluição na baía de Santos. Abastece também toda a área com água. São exemplos de negócios que tendem agora a proliferar. (RV)
Clique na imagem para ampliar Fonte: Época NEGÓCIOS 360º (Foto: Reprodução)



 Nem parece estatal (Foto: Ilustração: Helder Santos)
NEM PARECE ESTATAL
Uma trinca de companhias controladas por governos estaduais profissionaliza a gestão, alcança alto padrão operacional e brilha na bolsa de valores  
Existem ilhas de excelência entre as companhias estatais de água e saneamento. Elas precisaram se profissionalizar, inicialmente para chegar à autossustentação e driblar os limites de orçamento dos governos e, mais recentemente, para participar de um mercado que, se cresce, agrega também concorrentes e parceiros. É o caso da paulista Sabesp e da mineira Copasa. Ambas juntaram a vantagem de ter chegado antes ao mercado – a primeira, em 1973 e a segunda, em 1963 – com profissionalização e padrões avançados de governança corporativa. As duas fazem parte do Novo Mercado, o mais alto nível de governança entre empresas com ações negociadas em bolsa – a Sabesp desde 2002 e a Copasa desde 2006. A Sanepar, estatal do Paraná, completa o trio das maiores de água e saneamento com ações negociadas na bolsa e com alto nível gerencial.
]Maior companhia do setor no país – quarta no mundo por número de usuários atendidos, 27,7 milhões –, a Sabesp tem ainda ações na bolsa de Nova York. Muito dinheiro movimenta seus negócios. Acaba, por exemplo, de ser contemplada com R$ 2,6 bilhões do PAC 2. Vai usar o dinheiro em 21 obras de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto na Grande São Paulo, na Baixada Santista e na região de Campinas. Quase ao mesmo tempo, em março, fechou um empréstimo de R$ 1,35 bilhão com o BNDES para a terceira etapa do Projeto Tietê, de coleta e tratamento de esgotos na região metropolitana de São Paulo – investimento total de R$ 3,2 bilhões. Entrou em caixa, no mesmo mês, R$ 1 bilhão de uma bem-sucedida colocação de debêntures.

Em três anos, até março de 2013, os preços das ações da Sabesp e da Sanepar triplicaram, enquanto os da Copasa dobraram

Em média, a Sabesp investiu R$ 2,5 bilhões em cada um dos últimos seis anos. “É um esforço extraordinário buscar recursos nas melhores fontes para manter a capacidade de investimento”, diz a presidente da empresa, Dilma Pena. Mas é um esforço compatível com o tamanho do trabalho. A Sabesp atende 363 municípios, dos 645 do estado. Fornece água a 27,7 milhões de pessoas e serviço de coleta de esgotos a 20,6 milhões. “O censo de 2010 do IBGE revela que São Paulo tem a maior taxa de coleta de esgotos (87%), bem acima dos 55% da média brasileira”, afirma Dilma. Em 2020, prevê o planejamento, São Paulo será o primeiro estado a universalizar os serviços de água e saneamento. 
Além de ter a concessão naqueles 363 municípios do estado, a Sabesp mantém parcerias com empresas privadas do setor em outros quatro – Mogi Mirim, Castilho, Andradina e Mairinque. E já não está só em São Paulo. Tem parcerias com as concessionárias de Alagoas e Espírito Santo e presta consultoria no Panamá e em Honduras.
Diariamente, a empresa se submete à análise de 27 agências que acompanham as companhias listadas em Nova York. “Nossos balanços são auditados trimestralmente e temos instrumentos detalhados de averiguação, como indicadores de eficiência, de redução de perdas e de conexões por funcionário”, afirma Dilma.
87% é quanto São Paulo tem de esgoto tratado em comparação com 55% da média nacional, como lembra Dilma Pena, presidente da Sabesp. A meta é que o estado seja o primeiro a universalizar os serviços, até 2020 
Boa governança foi o caminho também escolhido pela Copasa, e já em 2003, quando começou a preparar seu IPO, que se concretizaria em 2006. Campeã do setor no Época NEGÓCIOS 360º do ano passado, a companhia ficou em primeiro lugar, entre seis quesitos de análise, em governança e em desempenho financeiro. Governança, no caso, vai além de manter conselho de administração e fiscal atuantes, mas envolver esses organismos e, até mesmo, a assembleia de acionistas em decisões importantes.
“Investimentos acima de R$ 6 milhões têm de ser aprovados pelo conselho de administração”, afirma Ricardo Simões Campos, presidente da Copasa. “Os que passam de R$ 150 milhões precisam ser analisados pela assembleia de acionistas.” É um trabalho e tanto, quando se considera que até 2016 a empresa vai investir R$ 3,35 bilhões em saneamento, um recorde na sua história. O objetivo: aumentar de 65% para 85% o tratamento do esgoto coletado.
Fora essa meta, há muito espaço para a Copasa crescer dentro do estado. Minas Gerais tem 853 municípios. Em 348, a empresa detém apenas concessão de água e em 277, de água e esgoto. No total, são 625 concessões. Em 228 o serviço é feito por organismos locais. “Queremos, em médio prazo, atender esses 228 municípios com água e esgoto”, diz Campos. “E, ainda, conquistar os serviços de esgoto naqueles onde só fornecemos água.” Atualmente, a Copasa atende 14,1 milhões de pessoas com serviços de água e 8,8 milhões com esgoto sanitário.

Na Copasa,os investimentos acima de R$ 6 milhões têm de ser
submetidos ao conselho de administração 

Terceira das maiores companhias com ações em bolsa, a paranaense Sanepar tem participação de empresas privadas, como a construtora Andrade Gutierrez, entre os acionistas. A AG tem 27,5% da holding Dominó que, por sua vez, controla 34,75% do capital da Sanepar. A companhia presta serviços de água e esgoto a 345 dos 399 municípios do Paraná e a um de Santa Catarina. Seus clientes, 8,5 milhões de pessoas atendidas com água e 4,4 milhões com esgoto – 95,7% do total coletado recebe tratamento. Nos próximos três anos, a Sanepar vai investir R$ 2,1 bilhões para estender o alcance dos seus serviços.
Sabesp, Copasa e Sanepar contrastam com uma realidade muitas vezes dura entre as companhias estaduais de água e saneamento. Um estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos, apresentado em março, mostra que 14 das 26 estatais do ramo apresentam déficit financeiro de R$ 1 bilhão a cada ano. Por isso, essas companhias estão incluídas no conjunto de propostas da SAE para a universalização dos serviços. Entre elas, obtenção de recursos via desoneração fiscal e uma espécie de choque de gestão, com a participação de investidores públicos e privados. As companhias estatais atendem 74% da população em área urbana. Bom motivo para um saneamento. 

O QUE MAIS AFETA A SAÚDE DOS EXECUTIVOS

Mexa-se
Não há mais lugar para  desculpas

Falta de tempo agora é inaceitável pelas empresas para justificar a vida sedentária, alimentação desbalanceada e deixar de seguir as recomendações médicas depois dos checkups. As empresas querem produtividade e custos menores com planos de saúde
Cuidar da saúde não pode mais ser algo condicionado apenas a exames, consultas e exercícios encaixados nas raríssimas sobras de tempo na agenda. Tem mais é que fazer parte da agenda. Caso contrário, vai complicar a carreira, e não só pelo efeito direto de doenças que virão, mais cedo ou mais tarde. Sinais de saúde ruim são vistos cada vez mais de forma enviesada pelas empresas. Significam produtividade menor e custos maiores, por vezes cobrados pelos planos de saúde ou seguradoras na renovação da apólice. Segundo o IBGE, desde o Plano Real, em julho de 1994, até o final de 2013, o custo dos planos de saúde subiu mais de 200 pontos acima da inflação. Placar: 558% a 345%. Isso na média geral. Planos de executivos costumam ter peso maior – são mais abrangentes e mais caros.
Mexa-se (Foto: Reprodução)
Se você é executivo e quiser ter uma vida boa e ao mesmo tempo ter sucesso profissional, trate de se cuidar. É preciso seguir as avaliações médicas, e isso o empregador vai lhe dizer, em algum momento. Veja o caso da mineira Algar Tech, que aplica um corte de 10% nos bônus para quem não cumpre metas individuais de melhoria da saúde. No primeiro ano, a maior parte dos executivos era sedentária e estava fora de forma. Dez anos depois, em 2013, 94% bateram as metas. “Vários dos nossos diretores, hoje, participam de corridas”, diz Maria Aparecida Garcia, diretora de talentos da empresa. Nas reuniões de trabalho, bolos de farinhas integrais, frutas e sucos são obrigatórios. Fora da ordem, só mesmo uma concessão especial à tradição mineira: o pão de queijo.
Há métodos e métricas para saber quem faz o quê. Na Telefônica Vivo, por exemplo, está em fase de implantação um sistema de acompanhamento da saúde. O primeiro passo será mapear o uso do plano. A partir daí, a AxisMed, empresa responsável pelo levantamento, definirá um plano de ação e incentivo a mudanças de hábito e cumprimento de recomendações médicas. No limite, diz Fábio Boihagian, diretor de AxisMed, são enviados profissionais de saúde até a casa do funcionário. “As pessoas possuem riscos diferentes”, afirma. “A mesma solução não funciona para todos.”
Quando o novo sistema começar a funcionar, a Telefônica Vivo vai poder acompanhar o comportamento dos gastos com saúde – uma redução é tida como certa. “Temos expectativa de retorno de 1,5 a 1,8 vez o investimento”, afirma Gustavo Quintão, gerente de promoção à saúde e segurança do trabalho da empresa. Não por menos, outras empresas estão no mesmo caminho – CSN, Santander, Siemens, Whirlpool e Votorantim, segundo Boihagian, estão entre os clientes da AxisMed.
Tem crescido, segundo as avaliações periódicas de executivos, o consumo de gorduras como manteiga e bacon
As preocupações das empresas estão apoiadas em estatísticas. Pesquisas de instituições como o Hospital Albert Einstein e a operadora de saúde Omint apontam que, apesar de um desejo crescente de entrar na linha, o topo da pirâmide empresarial brasileira tem se alimentado mal e apresenta sinais de saúde que inspiram atenção. De acordo com números do Einstein, 60% dos submetidos a checkups no hospital não fazem atividades físicas e estão obesos; 50% apresentam altos índices de colesterol e triglicérides e 40% têm gordura no fígado. Sintomas de estresse foram encontrados em 15%. No estudo da Omint com executivos, 20,5% dos homens entre 40 e 60 anos e 48% dos homens acima de 60 anos apresentaram risco cardiovascular aumentado (RCA), o que significa que têm ao menos duas doenças crônicas importantes, como hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto. Para piorar, segundo a operadora de plano de saúde, tem crescido entre os avaliados o consumo de gorduras como manteiga e bacon.
Só o checkup, hoje oferecido por 85% das empresas aos seus executivos, segundo a consultoria Hay Group, não basta, se as recomendações depois dele não forem seguidas. Mudanças de hábito são essenciais para combater sedentarismo e sobrepeso, principais fatores de risco de doenças cardiovasculares, as que mais matam no Brasil, especialmente os homens. As mulheres cuidam-se mais, mas enfrentam outros  problemas, como os desequilíbrios hormonais. Esses assuntos são tratados nas reportagens seguintes.
Mexa-se (Foto: Reprodução)
Mudança de hábitos (Foto: Ilustração: Raul Aguiar )
Mudança de hábitos
Dê um passo de cada vez

Não tenha pressa. Comece com uma fruta por dia, tire a manteiga. Vá a pé quando possível, depois passe a caminhar meia hora quatro dias por semana. Acrescente umas sessões de pilates e você será um ex-sedentário
Abandonar repentinamente uma rotina de sedentarismo e alimentação negligente costuma trazer resultados indesejados, mesmo para quem tem índices fora da curva nos exames de laboratório e mau desempenho na esteira. Há que mudar, sim, mas vamos com calma. “O que recomendo é começar com pouca ambição. Um passo de cada vez”, diz Caio Soares, diretor médico da Omint, operadora de planos de saúde voltada ao alto escalão das empresas.
Uma medida eficaz, diz o médico, é comer uma fruta por dia. As frutas não têm conservantes, nem acidulantes. E têm uma quantia de açúcar que ajuda a saciar a fome durante o dia. “Já é uma grande mudança”, afirma. “Em 15 dias o corpo já é outro. O metabolismo melhora.” Outra providência é cortar gorduras de efeito cumulativo, como a manteiga.
A mesma lógica vale para exercícios físicos. No esforço para incorporá-los à rotina vale, se possível, ir a pé para o trabalho, ou mesmo instalar uma esteira em locais menos austeros do que uma academia, como a sala da própria casa, diz Nelson Carvalhaes, médico responsável pelo checkup do Fleury. “Caminhar meia hora, quatro vezes por semana, já é um bom começo. Se somar a isso algo como duas sessões de pilates, a pessoa sai logo da condição de sedentário”, afirma Carvalhaes.
Para conseguir resultados, a recomendação de Raquel Conceição, gerente médica do Hospital Albert Einstein, é estabelecer prioridades e metas em parceria com um médico e com base nos resultados de checkups. Para quem está mal, segundo ela, não adianta atacar tudo ao mesmo tempo. O ideal é começar pelo que for mais fácil, o que ofereça menos barreiras e, a partir daí, seguir um plano de ação maior, com a ajuda de parceiros. “A ideia é repetir com a saúde, na vida pessoal, o que o executivo costuma fazer no dia a dia do trabalho”, afirma.
Para colocar essas ideias em prática, segundo Raquel, costuma ser muito importante encontrar um médico de confiança acessível e com quem seja possível manter uma relação mais próxima. “Alguns estudos mostram que o tratamento de pacientes que têm empatia com o médico apresentam resultados muito mais efetivos”, diz a médica.
Mulher (Foto: Ilustração: Raul Aguiar )
Mulher
Saiba usar bem os hormônios

Para marcar compromissos, a executiva pode tirar proveito das fases do ciclo mensal, de acordo com seu interesse – se é para ser mais competitiva ou se é para ser mais cooperativa
Elas são mais saudáveis por natureza. Por causa dos hormônios, as mulheres estão menos sujeitas a doenças cardiovasculares até os 55 anos e, na média, têm expectativa de vida mais longa. De acordo com a última estatística do IBGE, a expectativa de vida das mulheres é de 78,3 anos, em comparação aos 71 dos homens. Mas existem contrapartidas na vida profissional, como a necessidade de interromper a carreira para ter filhos e os salários muitas vezes mais baixos. Fora isso, têm de saber lidar com os hormônios – os altos e baixos do ciclo menstrual, que afetam o humor e podem atrapalhar a rotina.
Essa diferença, porém, pode, se não ser totalmente contornada, ter os efeitos minimizados. Há quem defenda que as mulheres devem saber tirar proveito das oscilações hormonais consideradas, a princípio, desvantagens. Basta conhecer cada fase do ciclo, segundo Eliezer Berenstein, ginecologista e obstetra, autor de A Inteligência Hormonal da Mulher.
Um bom exemplo de aplicação prática dessa ideia está nas possibilidades de agendamento de reuniões de trabalho.
De acordo com Berenstein, nos 15 dias da primeira etapa do ciclo menstrual a mulher tende a ser mais psicoativa, extrovertida e competitiva. Na segunda fase, passiva, protetora e cooperativa. “Se ela sabe que uma reunião será marcada por conflitos, pode agendá-la para a primeira fase do ciclo”, diz Berenstein. “Se sabe que precisará ser mais conciliadora, o ideal é deixar para a segunda fase.”
Elas estão menos sujeitas a doenças, vivem mais, mas enfrentam outros tipos
de desafios
Muita atenção deve ser dada também à variação hormonal ao longo da vida. Em levantamentos feitos ao longo de cerca de 30 anos de vida profissional, no consultório e em empresas, Berenstein diz que encontrou 21% das mulheres próximas da menopausa descompensadas hormonalmente. Outras 29% enfrentavam a síndrome ou tensão pré-menstrual. “Mulher com TPM precisa se tratar”, diz o médico, que classifica o mal em quatro tipos:  A, caracterizado por ansiedade; C, pela compulsão por doces, limpeza e horários; D, pela depressão e pela culpa; e  H, por inchaço e ganho de peso (o “h” vem de retenção hídrica).
Conhecer as conse­quências da maternidade para a carreira, de acordo com a fase da vida, também ajuda. Berenstein afirma que ser mãe dos 22 aos 30 anos, antes da realização profissional, pode exigir a terceirização na criação dos filhos. “É uma decisão que, do ponto de vista hormonal, é muito difícil. Se um filho fica doente, a mulher se volta totalmente para ele. E isso leva a uma TPM muito forte”, diz.
O estresse de quem está no topo da hierarquia dificulta ou complica
a gravidez
Por outro lado, mulheres mais velhas, entre os 35 e os 40 anos, com a carreira já estabilizada, podem ter mais dificuldade para ter filhos, afirma Berenstein. Isso porque o estresse provocado por posições hierárquicas mais altas dificulta e/ou complica a gravidez.  Segundo o médico Eduardo Finger, coordenador de pesquisa e desenvolvimento do SalomãoZoppi Diagnósticos, laboratório especializado no público feminino, a pressão do trabalho, por período prolongado, muda a composição hormonal. “Hoje existe a opção de retirar, congelar e depois reimplantar óvulos”, afirma Finger. “Há mulheres que engravidaram aos 60 anos, mas é preciso ter em mente que uma gravidez após os 35 anos tem, sim, maior risco”, diz o médico.
Viagens (Foto: Ilustração: Raul Aguiar)
Viagens
Para antes do checkin

Especialistas em medicina do viajante mapeiam riscos nas cidades e países de destino e dão dicas para minimizar o desconforto em viagens longas
Viajar pode ser um problema de saúde – e as preocupações vão além das dificuldades de fazer exercício ou seguir uma dieta mais restritiva em meio a almoços e jantares de trabalho. A viagem em si é um risco, muitas vezes grande, para o executivo, principalmente os expatriados, com longa permanência fora do país. A simples saída para países africanos já demanda vacinação contra a malária. No subcontinente indiano, na Ásia e na América Latina, a febre tifoide corre solta.
Enquanto isso, a China é um dos grandes focos de epidemias de gripe aviária no mundo. E mesmo países desenvolvidos, como é o caso dos Estados Unidos, dependendo da região, têm surtos de doenças para as quais a maior parte dos brasileiros não está imunizada. “Uma dessas doenças, por exemplo, é o vírus do Oeste do Nilo”, diz Jessé Reis, médico do laboratório Fleury. A Hepatite A, na Europa, outra.
Viagens (Foto: Reprodução)
Checkups pré-viagem, feitos em grandes laboratórios como o Fleury, cobrem desde a análise do itinerário internacional e do calendário de vacinas até os hábitos, o estilo de vida e o estado de saúde do viajante. São identificados riscos possíveis de evitar não só com vacinas, mas com medicamentos e com medidas até banais, como o uso de repelente. Já há uma especialidade nova para tratar desses assuntos, a medicina do viajante.
Doentes crônicos podem precisar levar medicações de emergência ou receber orientação sobre efeitos adversos de medicamentos e locais de atendimento no exterior. Para viajantes frequentes, valem também dicas simples, como minimizar o jet lag. “Nesse caso, quem chega pela manhã tem de evitar dormir. O ideal é sair para caminhar, pegar um sol, fazer algo para entrar no fuso horário do destino o mais rápido possível”, afirma Reis.
No caso de orientações sobre epidemias e vacinas, um dos principais centros de referência na área é o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Mas, de olho no tempo curto do executivo, serviços especializados como os do Fleury atendem aqueles que não podem dar uma passada de última hora no médico antes do embarque. Estão disponíveis, até mesmo, videoconferências.

Quem perde mais com a publicidade digital

O quadro que ilustra este post mostra a evolução das verbas de publicidade nas quatro mídias tradicionais – TV, rádio, jornal e revista – no Brasil e nos Estados Unidos. Fiz o levantamento para saber quais meios estão sofrendo mais com a concorrência das mídias digitais. E ver se os movimentos são iguais aqui e no maior mercado do mundo.
Somente Imagem
 
Para simplificar a análise, considerei 2009 como o marco zero, atribuindo o número 100 ao share que cada segmento tinha naquele ano. Usei dados do projeto Inter-Meios, para Brasil, e da consultoria americana eMarketer, para os Estados Unidos.
A TV, como eu já previa, foi a que se saiu melhor nesse período. Nos dois mercados, conquistou fatia maior no bolo publicitário – e é importante notar que isso ocorreu tanto na TV aberta quanto nos canais por assinatura. Ao que parece, a história de que os telespectadores agora dividem a atenção entre a TV e a tela do computador não abalou a confiança dos anunciantes.
No Brasil, a fatia da TV (somando os dois tipos) cresceu de 65% para 71% do bolo publicitário, chegando a R$ 23 bilhões em 2013. Nos Estados Unidos, onde a TV também lidera, mas com um share menor, de 38%, o valor ultrapassou R$ 150 bilhões (U$ 66 bilhões).
O rádio teve um abalo pequeno, o que até me surpreendeu positivamente, considerando o tamanho do estrago do furacão digital em outros segmentos. Nos dois mercados, perdeu 8% de sua participação (aqui, hoje o rádio abocanha 4% do investimento publicitário; nos Estados Unidos, 9%).
Já os jornais e as revistas foram os grandes perdedores, o que confirma a tese de que as pessoas estão trocando o papel pelas telas digitais – pelo menos na visão dos anunciantes. No segmento de jornais, o mercado americano teve um desempenho pior que o brasileiro. Lá, perderam 40% de participação em 5 anos (de 16,9% para 10% do total), enquanto no Brasil a queda ficou em 28% (de 14% para 10%). Em compensação, as revistas americanas conseguiram preservar uma fatia maior da propaganda que as brasileiras (o share lá caiu 16%; aqui, 28%). Por que nossos jornais se saíram melhor que os deles e nossas revistas, pior, para mim é um mistério.
Pesquisando esses dados, encontrei várias previsões para os próximos anos. Todas indicam que TV e rádio mantêm participação, enquanto jornal e revista continuam perdendo espaço para as mídias digitais. E o grande vencedor, como se sabe, será o celular, que dentro de alguns anos deve ultrapassar o computador na preferência dos anunciantes. Mas isso já é assunto para outro post.

Mídias sociais. Por que devemos estar nelas?

Não é novidade que hoje as mídias sociais possibilitam a conexão das pessoas, a quebra das barreiras geográficas e uma reconfiguração do tempo e do espaço nas relações entre os seres humanos. Para completar, se pensadas num patamar mercadológico, o seu potencial se estende à identificação comportamental, à localização geográfica e à viabilização da conectividade entre indivíduos com interesses semelhantes – que, agrupados nestes espaços, estão revelando o que fazem, pensam e querem.

Do outro lado, temos a pesquisa de mercado preocupada em construir cenários projetivos a partir de radiografias de consumo, e de comportamentos que gerem consumo. Portanto, é também por meio de procedimentos sistemáticos de análise da utilização e consumo das mídias sociais, da sua dinâmica, das formas de utilização, das micro comunicações interpessoais cotidianas disponíveis, que a pesquisa de mercado pode inferir conhecimentos relativos a expectativas mercadológicas, propensões/tendências de consumo e percepções que mobilizam tais usuários-consumidores.

É justamente nesse lócus que vemos a “economia da recomendação” influenciar tendências, padrões de comportamento, desejos e atitudes de consumo de toda a gama de produtos disponíveis no mercado, resultando numa compreensão de tipos e expectativas de consumo a partir das trocas simbólicas que ocorrem nas redes socais. São os fãs, os amigos e os seguidores que, muitas vezes, ditam o “tom” do consumo.

A análise das mídias sociais e a sua regulamentação simbólica revela como os consumidores tem consciência de pertencimento a determinado grupo social. Se fizermos um link com o que disse Freud, que o que une os indivíduos em um grupo é uma identificação em torno de um objeto de amor, um grupo se configuraria em “[...] um certo número de indivíduos que colocaram um só e mesmo objeto no lugar de seu ideal de ego e, consequentemente, se identificaram uns com os outros em seu ego.” Em síntese: as pessoas gostam de estarem juntas para declararem “amor” ou “ódio” pelas marcas... e as redes socais potencializam, enormemente, isso!

Nesse cenário, das interações, compartilhamentos e utilização das mídias sociais e de suas camadas digitais de dados comportamentais, a observação desponta como uma peculiar ferramenta que auxilia na compreensão e na produção de radiografias dos contextos que pautam o mercado e a forma de se consumir na contemporaneidade.

A meu ver a premissa básica a ser considerada nesse cruzamento e incorporação entre o conhecimento dos consumidores (e seu comportamento de consumo) e as mídias ditas sociais é o fato de que, em todos os tempos, as atividades desenvolvidas pelos homens sempre estiveram relacionadas aos locais onde estes estavam. E se as pessoas estão nas redes sociais, falando, compartilhando, postando e informando é lá que também devemos estar para desvendarmos seus interesses, comportamentos e aspirações.
 


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Anunciar pode ser mais fácil do que você pensa.

Como anunciar no google


O grande objetivo das pessoas que criam um site no Wix (grátis ou Premium) é ganhar mais visibilidade. São empreendedores, profissionais liberais, micro e pequenas empresas que almejam visitantes, contatos e clientes.
Estar na primeira página do Googleé a maneira mais eficiente de alcançar esse objetivo, mas como todos sabem, e já foi falado aqui no blog, é necessário ter uma boa otimização SEO ou comprar os links patrocinados.
Porém, existe uma forma de anunciar grátis no Google e estar na primeira página e nas primeiras posições mas que muitos empreendedores desconhecem ou ignoram: a busca local ou Google Maps.
Atualizado em 10/08/2014
Google Maps se tornou as “páginas amarelas” ou lista telefônica dos tempos modernos, já que exerce a mesma função, só que com muito mais eficiência.
Ele exibe informações de localização, como endereço da empresa, telefone, imagens do local, opções de pagamento, avaliação de clientes e, logicamente, um mapa de como chegar. É muito importante a empresa estar atenta a esta questão, já que é quase certo esse usuário web se tornar um cliente em potencial.

Como anunciar no Google

Toda vez que alguém faz uma busca local por um serviço ou estabelecimento, como por exemplo, “restaurantes em sp“, “salão de beleza em niterói“, “advogados rj” etc. O Google retorna uma lista vertical com resultados locais, observe (clique para ampliar) :
Como divulgar grátis Google
O Google sabe que toda vez que um usuário faz uma pesquisa inserindo a cidade, bairro ou localização específica, está buscando informações de empresas ou serviços próximos à sua localidade, assim como o endereço do estabelecimento e como fazer para chegar ao local.
Esses são os clientes locais. E são milhares de pessoas que diariamente buscam informações locais e muitas empresas estão perdendo oportunidade de fazer novos negócios e aumentar seus ganhos.

Como se cadastrar e começar a anunciar no Google grátis

O Google Maps/Places agora virou um conjunto chamado Google Meu Negócio.
Para aparecer nos resultados de buscas locais do Google Maps, é necessário fazer um cadastro no Google Places, que é o site responsável pelo cadastro de empresas que aparecerão nas buscas locais.
Acompanhe os 4 passos necessários para anunciar grátis seu negócio/empresa no Google

1º Passo – Criando uma conta no Google

1. Para começar o cadastro, é necessário que você tenha uma conta no Google, caso ainda não tenha, clique para criar a sua.

2º Passo – Cadastrando no Google Places

2. Agora iremos ingressar no programa do Google.
  • Clique para acessar o Google Places.
  • Insira seu email e senha do Google, caso não esteja logado.
  • Na janela que abrir, clique no botão azul “Crie uma página“.
  • Após isso, escolha um tipo de empresa:
  • Em seguida, marque a caixa “Aceito os Termos e Condições…” e clique em “Continuar“:
Como anunciar no Google
  • Na próxima tela, o que você deve fazer é pesquisar pelo nome do seu serviço, digitando na caixa de busca e clicando no ícone de pesquisa.
  • Em seguida, entre os resultados que surgirem, escolha a última opção “Adicionar sua empresa”:
3. Em seguida, aparecerá o primeiro formulário, solicitando o país de origem e o número de telefone do estabelecimento. Com essas informações é que o Google vai pesquisar para saber se não há alguma empresa já cadastrada nesse número.
4. Após preencher, clique no botão “Continuar“:
anunciar grátis no Google
É muito importante que você insira corretamente o endereço, com rua, número, bairro, cidade, Estado e Cep.
5. Na próxima tela, um aviso de que seu uma pagina do Google+ será criada para sua empresa:
6. Nessa opção, seu endereço deverá ser confirmado através do envio de uma carta que o Google enviará até seu estabelecimento:
7. Clicando no campo “Confirmar por cartão-postal“, uma nova tela será aberta para confirmar o envio. Basta inserir seu nome e clicar no botão “Enviar cartão-postal“:
cadastrar no google places
8. Na janela anterior, há ainda a opção de continuar o cadastro sem confirmar, basta clicar na opção “Continuar e confirmar mais tarde“:
9. Agora clique em “Começar” e edite as informações que desejar na página.
  • Na primeira opção, clique no botão “Editar” para mudar seus dados:
como anunciar no google
Na próxima janela, aparecerá o formulário de informações da empresa.
10. Nos próximos campos, você irá poderá editar o Nome e Endereço do estabelecimento, Dados de Contato, adicionar ou editar uma categoria:
Adicione Horários, Fotos e uma Introdução:
google grátis
É essencial que você preencha bem esses campos. Clique sempre em “Concluir edição” ao finalizar.
Atenção: as informações daqui pra baixo foram feita baseadas na versão antiga do Google Maps/Places, mas ainda servem de orientação para ter um melhor desempenho nos resultados de busca local.
Vamos imaginar que eu tenha uma escritório de advocacia no RJ chamadoMARTINS e queira cadastrá-lo no Google Places. (este é apenas um exemplo, poderia ser uma padaria, salão de beleza, loja de brinquedos etc.).
No campo “Empresa/Organização“, segundo pesquisas do site SEOmoz, você deve preencher com o tipo de serviço/negócio que a empresa oferece e também a sua localização, isso aumenta as chances de alcançar as melhores posições no buscador. Basicamente, a estrutura ficaria desta forma:
Tipo de negócio + nome da empresa + localização
Observe a ilustração:
como divulgar grátis no google
No campo “Introdução“, você deve inserir a atividade do estabelecimento, combinando palavras-chave com a mensagem direcionada ao usuário web.

3º Passo – Como descobrir palavras-chave locais

Utilize a ferramentas de palavras-chave do Google para escolher de 3 a 4 palavras para a descrição. Selecione a opção “Pesquisar novas ideias de palavras-chave e de grupos de anúncios“. Digite a palavra-chave e clique em “Obter ideia“.
No meu exemplo, eu descobri que a palavra-chave “advogados rj” tem incidência de 18 mil pesquisas mensais no Google. Isso sem dúvidas traria muitas ligações, visitas e clientes para meu negócio.
Explorando um pouco mais a ferramenta, descobri outras 2 palavras-chave relacionadas e que não exibem os mesmos resultados de buscas. Uma com 2.900e outra com 800 buscas mensais. Clique na imagem abaixo e confira como ficou a pesquisa de palavras-chave para o nicho de exemplo (advogados) na ferramentas do Google:
como divulgar grátis no Google
Com base nessas palavras-chave, criei a seguinte descrição otimizada:
Advogados RJ – Escritório de Advocacia no RJ. Atuamos em diversas áreas, com Advogados trabalhistas, Advogados criminalistas, empresariais, entre outros. Agende uma consulta grátis.
No campo “Categoria“, você precisa indicar o que o seu negócio é e não o que ele faz. Por exemplo, no caso que estamos estudando, a minha empresa é um Escritório de Advocacia, porém, quando vou inserir esta informação no campo, não há nenhuma sugestão relacionada, as únicas relacionadas que aparecem são “Advogados” e “Advogado de Direito Penal“, então eu escolhi essas duas e criei mais 3 categorias personalizadas, já que é permitido inserir até 5.
É importante que você coloque o máximo de categorias relacionadas possíveis, pois assim estará ampliando a quantidade de buscas pelo seu negócio.
Isso porque é importante adicionar as categorias relacionadas que aparecem como sugestão, pois melhora a relação de palavras-chave. Perceba na imagem abaixo, que para cada categoria personalizada que criei, o Google exibe o seguinte aviso: Observação: você escolheu uma categoria personalizada.
divulgar grátis no google
Áreas servidas e configurações de local
Informe se sua empresa faz algum tipo de entrega a domicílio ou se é um ponto com atendimento único.
Horário de funcionamento
Essa também é outra parte do formulário que é bem simples de configurar, onde você informa os horários que seu estabelecimento funciona. É recomendável preencher corretamente essas informações.
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Opções de pagamento
Simplesmente adicione quais tipos de pagamento sua empresa aceita, seja direto e procure não omitir fatos, para evitar constrangimentos.
Fotos
Esta opção é muito importante para a imagem da sua empresa. São nestas fotos que o estabelecimento será mostrado ao usuário web, quando ele clicar no anúncio do Google Maps.
Insira fotos de qualidade, em boa resolução e que exponham os seus serviços de maneira didática. Fotos do interior da empresa, fachada, atendimento etc.
Procure enviar o máximo de fotos possíveis, ou seja, até 10 imagens.
Para adicionar, clique no botão “Selecione Fotos..“, depois clique em “Salvar“:
divulgar
Detalhes adicionais
Essa parte é onde você irá informar aos usuários/clientes os serviços/produtos que serão encontrados na empresa. Estes detalhes servem de incentivo para que seu cliente visite o estabelecimento.
Para o exemplo que estamos acompanhando, listei como detalhes adicionais, os termos: AgendamentosConsulta grátis; Aviso de Audiência.
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4º Passo – Confirmando a propriedade

Finalmente, terminamos o preenchimento das informações. Mas antes de clicar no botão ENVIAR, verifique se os dados estão corretos, principalmente o endereço e telefone. Pré-visualize na barra lateral à direita do monitor, pois é desta forma que aparecerá para o usuário.
resumo
Após clicar em ENVIAR, você precisa confirmar o registro da sua empresa e então são apresentadas 3 opções:
Telefone – você receberá uma ligação de um funcionário do Google, para que eles possam confirmar que você é o dono do estabelecimento, do número de telefone informado etc.
SMS – será enviada gratuitamente uma mensagem SMS com um número de PIN. Basta inserir o PIN no local indicado da etapa seguinte.
Cartão Postal – Você receberá uma correspondência com um número de PIN, assim estará confirmada a localização do estabelecimento.
Recomendo a opção de Cartão Postal, por ser mais segura, aos olhos do Google, mesmo sabendo que ela demora 3 a 4 semanas para ser viabilizada.
Clique no botão Finalizar e aguarde o recebimento do PIN.
E é isso! Sua empresa será cadastrada no Google Maps e, consequentemente, suas chances de receber visitas, contatos e clientes aumentarão.

Conclusão

Definitivamente, o Google Maps é um atalho para a “tão sonhada primeira página do Google”. E o mais interessante, é que os usuários que estão por lá, são na esmagadora maioria, clientes em potencial, já que são eles que estão buscando o serviço, o que não acontece quando se anuncia nos links patrocinados, onde é a empresa que precisa oferecer seus serviços para várias pessoas e quem sabe, alguma se interessa.
Não importa o tamanho da sua empresa. A busca local funciona para um simplesconsultório dentário como para uma concessionário multinacional.
Se sua empresa/negócio/empreendimento/serviço se encaixa nas características “locais”, e ainda não está cadastrada no Places, está na hora fazê-lo e gerar mais lucros. Aproveite e cadastre o estabelecimento se baseando nas dicas aqui do blog, que se encontram todas otimizadas para um melhor posicionamento noGoogle Maps.
Espero que este Guia seja de grande valia para todos.